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Wanessa Camargo e Davi: o atual duelo do BBB 24

Atualizado: 2 de mar.

"A verdade é que quando não gostamos de alguém, o mais sensato é a gente se afastar, criar nosso próprio espaço, sem precisar fazer alarde ou criar um motim. Excluir-se, e não excluir o outro!"


Wanessa Camargo e Davi BBB 24

Quem diria que esse reality show ainda nos faria refletir sobre a complexa arte de... não gostar de alguém? Pois é, hoje eu vou falar sobre isso, e vou usar como exemplo nossos queridos - ou nem tanto - participantes, Davi e Wanessa Camargo.

 

Primeiro, vamos combinar uma coisa: não gostar de alguém é tão normal quanto gostar de café sem açúcar. Não é para todo mundo, mas é um gosto que se respeita. Agora, imagine a cena: lá está o Davi, com aquele jeitão que só ele tem, fazendo alguma coisa que irrita profundamente a Wanessa. A câmera foca na cara dela, e você consegue ver o desgosto estampado. Clássico, não é?

 

Neste momento, nasce a nossa reflexão: é um direito nosso, sagrado e inviolável, não ir com a cara de alguém. A Wanessa não precisa gostar do Davi, assim como você não precisa gostar daquele seu colega de trabalho que sempre fala alto demais ou daquela sua tia que sempre pergunta: "E as namoradas?". Mas aí vem a parte importante: não gostar de alguém não nos dá passe livre para transformar isso em uma campanha de difamação.

 

Vejam bem, no BBB, as coisas são intensificadas, né? Um olhar atravessado vira motivo para reunião de condomínio. Mas na vida real, não é bem assim que a banda toca. Wanessa pode muito bem evitar o Davi, fazer cara feia para o arroz que ele cozinha, mas daí a convencer toda a casa a formar um “Bloco Anti-Davi”, já é demais. Isso não é só jogo, é falta de jogo limpo.

 

A verdade é que quando não gostamos de alguém, o mais sensato é a gente se afastar, criar nosso próprio espaço, sem precisar fazer alarde ou criar um motim. Excluir-se, e não excluir o outro. É como se fosse uma regra não escrita da boa convivência: “não gostou? Ok, mas deixa o outro na dele”.

 

No final das contas, o que o BBB 24, com toda a sua glória e confusões, nos ensina é que não precisamos fazer com que nossos desgostos pessoais se tornem perseguições coletivas. A Wanessa pode muito bem continuar no jogo sem gostar do Davi, e vice-versa. E a gente, aqui do lado de fora, pode aprender um pouco com isso: não gostou de alguém? Tudo bem. Só não transforme isso numa missão de convencer o mundo a sentir o mesmo.

 

Às vezes, a melhor estratégia é mesmo pegar uma pipoca, sentar no sofá, e assistir ao espetáculo da convivência humana – com todos os seus altos e baixos –, bem de longe, na segurança do nosso lar. Porque, no fim das contas, até no BBB, a vida é muito mais do que simplesmente não gostar de alguém.

 

No início do Big Brother Brasil 24, Rodriguinho, conhecido por sua carreira na música, encontrou-se no centro de uma polêmica que ressoou fortemente tanto dentro quanto fora da casa. Suas falas sobre os corpos das mulheres participantes geraram um grande desconforto e discussão sobre os padrões de beleza e o respeito à diversidade corporal. A ironia da situação é que Rodriguinho, independentemente de seu próprio padrão físico, deveria ter exercido maior cautela e respeito ao comentar sobre a aparência alheia. A questão principal não reside na aparência física de Rodriguinho, mas sim na necessidade de reconhecer que opiniões sobre os corpos dos outros, especialmente em um ambiente tão exposto e vulnerável como o BBB, podem ser prejudiciais e desnecessárias. Essa situação serve como um lembrete crítico sobre a importância do respeito mútuo e da consciência acerca de como nossas palavras podem afetar os outros, independentemente do contexto em que estamos inseridos.

 

As atitudes dele me deram gatilho

Ao escutar Wanessa Camargo dizer "As atitudes dele me deram gatilho" no programa, não podemos deixar de fazer uma reflexão profunda sobre a complexidade dos relacionamentos humanos, especialmente considerando seu atual romance com Dado Dolabella. Este relacionamento, reacendido após mais de duas décadas, trouxe à tona uma série de debates e recordações do passado. Dado, conhecido por episódios controversos como a agressão à ex-namorada Luana Piovani, prisão por não pagamento de pensão alimentícia e acusações de ser um namorado tóxico, surge como uma figura complexa neste cenário.

 

Aqui surge a grande interrogação: se Wanessa já vivenciou relacionamentos tóxicos, como não percebeu essas mazelas em Dado? Esta questão levanta a possibilidade de que, por vezes, estamos tão imersos em nossas próprias experiências e percepções que nos tornamos cegos às realidades que nos cercam. Além disso, é importante considerar outra hipótese: a de que as pessoas amadurecem e mudam com o tempo, o que é uma parte natural e essencial da vida. Não estamos aqui para justificar ou minimizar as complexidades do relacionamento de Wanessa, mas é crucial reconhecer que todo ser humano é suscetível a mudanças de comportamento. As experiências vividas, os erros cometidos e os aprendizados adquiridos ao longo da vida podem levar a transformações significativas na maneira como uma pessoa se comporta e se relaciona com os outros. Portanto, enquanto refletimos sobre o passado de Dado e as escolhas de Wanessa, devemos também lembrar que a capacidade de mudar e evoluir é um aspecto intrínseco à condição humana.

 

A relação entre Wanessa Camargo e sua madrasta, Graciele Lacerda, já foi palco de grandes polêmicas, incluindo uma briga intensa que teve momentos de puxões de cabelo e dedos apontados em rostos. Embora inicialmente muitos indicativos sugerissem que Wanessa estava certa na situação, a opinião pública, sempre volátil, começou a se inclinar a favor de Graciele. Isso mostra o quanto o público pode mudar de opinião rapidamente, especialmente em situações envolvendo figuras públicas.

 

Para adicionar mais uma camada a essa história complexa, temos as declarações de Cleo Loyola, ex-esposa de Luciano, que forma dupla com Zezé di Camargo. Cleo, que se diz ex-tia da camarote, relatou supostos surtos e atos de violência de Wanessa contra seu ex-marido, Marcus Buaiz. Essas alegações, sejam verdadeiras ou não, adicionam outra dimensão à percepção pública de Wanessa.

 

É crucial lembrar que, ao aceitar entrar em um programa como o Big Brother Brasil, especialmente no camarote, as celebridades se expõem a um risco calculado. A visibilidade e o escrutínio são intensificados, e tudo que fazem ou dizem pode ser ampliado e analisado sob diversas perspectivas. No entanto, é importante para o público manter a consciência de que o BBB é um jogo. As dinâmicas de 'cancelamento' deveriam, idealmente, permanecer dentro do contexto do programa, pois a vida real é significativamente diferente.

 

Dentro da casa do BBB, onde a inércia parece ser um elemento constante, todas as emoções e comportamentos são amplificados. Alegrias, medos, gatilhos emocionais se tornam maiores e mais intensos. Isso serve como um lembrete de que devemos ser cautelosos ao julgar e reagir às ações das pessoas em um ambiente tão único e pressurizado. Afinal, as personalidades e comportamentos exibidos no jogo podem não refletir completamente quem são essas pessoas no mundo real.

 

O motorista que sonha em ser médico

Davi, esse jovem participante do BBB 24, vem diretamente do Nordeste, da periferia da Bahia, trazendo consigo sonhos e desafios que moldam sua jornada. Trabalhando como motorista de aplicativo, ele alimenta um sonho grandioso: tornar-se médico. Com pouco mais de vinte anos, a vida ainda reserva muitas páginas a serem escritas para ele. No entanto, suas atitudes, por vezes tempestuosas, têm sido um ponto de controvérsia dentro da casa.

 

Davi, frequentemente, se mostra uma pessoa que faz tempestade em copo d'água. Seu temperamento é marcado por explosões de raiva e elevações de vozes que, indiscutivelmente, podem causar medo. Isso gera desconforto entre muitos, mas é essencial destacar: essa aversão está atrelada à sua personalidade. Sua explosividade surge especialmente quando se sente injustiçado, um traço marcante de seu ser.

 

Recentemente, a atriz Valentina Bandeira expressou em suas redes sociais uma opinião que tem ressoado com muitos espectadores do programa. Ela comparou Wanessa e Yasmin Brunet a "aquelas meninas da escola que decidem por quem os outros devem ou não gostar", uma observação que tem ganhado força dada as recentes atitudes da cantora. A postura de Wanessa parece estar claramente voltada para excluir Davi, evidenciando uma estratégia marcante nesse sentido. Em um episódio notável, Davi reagiu fortemente a uma situação, exclamando "Eu sou homem, não viado", uma fala que gerou indignação na comunidade LGBT. Nesse momento crítico, Wanessa se posicionou enfaticamente contra a atitude de Davi. Esta situação realça a complexidade das dinâmicas dentro da casa do BBB, onde as alianças e as antipatias podem influenciar profundamente as interações e as decisões dos participantes, moldando a percepção do público sobre eles e seus comportamentos.

 

Após o incidente em que Davi proferiu uma declaração homofóbica, ele se desculpou com Michel, um outro participante do programa assumidamente homossexual, evidenciando um importante momento de aprendizado e reflexão. O mais significativo é que Davi pediu desculpas mesmo sem ter plena consciência de que sua fala era homofóbica, mostrando uma disposição para entender e corrigir seus erros. Desde então, ele não repetiu tal comportamento, indicando uma mudança positiva em sua atitude. Este episódio destaca a importância de reconhecer e corrigir falhas, especialmente em um ambiente tão exposto e influente como o BBB. A capacidade de Davi de se desculpar e modificar seu comportamento serve como um exemplo de como é possível evoluir e aprender com os próprios erros, mesmo sob o intenso escrutínio do público e em situações de alta pressão.

 

É importante considerar que as atitudes de Wanessa no BBB, mesmo que ela não perceba, refletem aspectos do racismo estrutural e sistêmico, que são profundamente enraizados na sociedade. O racismo estrutural não é sempre evidente ou intencional; muitas vezes, manifesta-se de forma sutil e está incorporado nas práticas, nas interações e nas percepções do dia a dia. No caso de Wanessa, suas ações e reações em relação a Davi, um jovem negro, podem estar inconscientemente influenciadas por preconceitos e estereótipos raciais enraizados, que são parte de um sistema mais amplo de desigualdade racial.

 

Expressões como “não gosto da energia dele” ou “é instintivo, dá pra perceber” servem para encobrir preconceitos raciais sob a desculpa de intuição ou incompatibilidade de personalidades. Quando um participante diz que “ele me dá gatilhos” ou “eu nunca gostei dele, sempre tive problemas pessoais com ele”, isso mostra uma tendência alarmante de atribuir negativamente a Davi características que são negligenciadas ou até valorizadas em participantes brancos. Essas atitudes são mecanismos de um racismo sutil, que se perpetua por meio da manutenção de estereótipos e padrões duplos.


Não quero só ver a qualidade das pessoas

No contexto do Big Brother, é possível que Wanessa, influenciada pelo discurso de eliminação de Tadeu Schmidt direcionado a Pizane, tenha buscado um detalhe específico para justificar sua posição em relação a Davi. Schmidt, ao abordar a eliminação de Pizane, enfatizou a importância de se posicionar claramente no jogo, algo que pode ter motivado Wanessa a definir sua postura mais assertivamente. Nesse processo, ela pode ter inadvertidamente tocado em um aspecto mais sombrio e doloroso, tanto para si mesma, dada a sua sensibilidade a gatilhos, quanto para Davi, que acabou sofrendo exclusão. Este cenário destaca a complexidade das relações humanas dentro do BBB, onde as ações dos participantes são frequentemente influenciadas por uma variedade de fatores, incluindo as dinâmicas do jogo, as instruções dos apresentadores e as próprias experiências pessoais e emocionais. A busca de Wanessa por um ponto de apoio no jogo pode ter levado a consequências não intencionais, evidenciando como a pressão do ambiente e a necessidade de tomar decisões rápidas podem ter impactos profundos nas relações entre os participantes.


Outro dia Wanessa encontrou-se em uma situação intrigante quando foi advertida por sua amiga e confidente, Yasmin Brunet. Yasmin, conhecida por sua franqueza, alertou Wanessa que não era suficiente apenas enxergar qualidades nas pessoas. “Não quero só ver a qualidade das pessoas”, disse ela. Diante desta afirmação, surge uma questão pertinente: por que Wanessa não consegue ver as qualidades de Davi? A cantora limita-se a descrevê-lo como atencioso e amoroso, o que parece superficial, especialmente considerando que Wanessa estava preparada para adotar uma postura mais discreta, quase como uma "planta", ou um chaveirinho da amiga, nesta edição. Essa incoerência no discurso de Wanessa é notável. Ela parece aplicar um critério diferente para Rodriguinho, possivelmente influenciada pelo fato de ele também ser um participante do grupo 'camarote'. Esse contraste no tratamento entre Davi e Rodriguinho levanta questionamentos sobre as motivações e as percepções de Wanessa, destacando um possível viés em suas interações e julgamentos dentro do jogo.

 

Fora do BBB, tanto Davi quanto Wanessa terão a oportunidade de refletir e tirar suas próprias conclusões sobre suas atitudes e interações. Enquanto isso, Wanessa segue convicta de suas percepções dentro do jogo, mesmo que, com o tempo, possa vir a se arrepender de algumas de suas ações. Afinal, tentar tirar alguém de um lugar que também é considerado sua casa não é uma atitude vista como bonita.

 

Em um cenário hipotético onde Wanessa e Davi se enfrentam em um paredão no Big Brother Brasil 24, não seria surpreendente se Wanessa deixasse o programa com uma percentagem de rejeição próxima à de Karol Conká, uma das maiores já registradas na história do reality. Essa previsão se baseia na forma como Wanessa tem sido percebida pelo público, especialmente em relação às suas interações com Davi e outras controvérsias dentro da casa. A dinâmica do BBB frequentemente reflete não apenas as ações dos participantes, mas também a reação do público a essas ações. Assim, em um paredão entre Wanessa e Davi, onde as emoções e as percepções do público estão intensamente polarizadas, Wanessa poderia enfrentar uma forte rejeição, ilustrando não só o poder do julgamento do público, mas também como as narrativas dentro da casa podem influenciar significativamente o destino dos jogadores.

 

■ Por Richard Günter

Jornalista, pós-graduado em roteiro audiovisual e graduando de cinema

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