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Crítica do filme: Minha Irmã e Eu

★★★☆☆ | Embora não seja tão memorável em termos de enredo e desenvolvimento de personagens, é certamente um filme que proporciona risadas e entretenimento


Crítica do filme: Minha Irmã e Eu
Divulgação / Globo Filmes

No universo do cinema, os filmes que exploram as dinâmicas familiares frequentemente tocam corações e despertam reflexões profundas nos espectadores. "Minha Irmã e Eu", lançado na semana entre o Natal e o Ano Novo de 2023, insere-se nesse gênero com uma abordagem que foca na complexa e muitas vezes divertida relação entre irmãos. Este tipo de filme tem o poder de retratar as nuances e os laços únicos que unem irmãos, navegando por entre desentendimentos, cumplicidade e amor incondicional. Ao colocar a relação entre as irmãs Mirian e Mirelly, Ingrid Guimarães e Tatá Werneck respectivamente, no centro da trama, o filme não apenas entretém, mas também oferece um espelho para muitas experiências reais de vida, ressoando com aqueles que compartilham laços fraternos.

 

O longa dirigido por Susana Garcia, conhecida por suas obras "Minha Vida em Marte" e "Minha Mãe é uma Peça" navega pela comédia e drama familiar. A narrativa gira em torno de duas irmãs com personalidades e caminhos de vida distintos. A ausência da mãe, Dona Márcia (Arlete Salles), as força a se unirem em uma jornada repleta de humor e descobertas.

 

O ponto forte do filme reside na química entre Ingrid e Tatá, cuja interação proporciona momentos genuinamente divertidos. Este aspecto remete às habilidades de Garcia em explorar relações familiares complexas, como visto em suas obras anteriores. No entanto, "Minha Irmã e Eu" difere ao enfocar a dinâmica entre irmãs, enquanto "Minha Vida em Marte" e "Minha Mãe é uma Peça" se concentram mais em relações maternas e românticas.

 

Por outro lado, o filme sofre de algumas falhas. A narrativa, apesar de suas sequências cômicas eficientes, parece simplista e, por vezes, repetitiva. Falta profundidade no desenvolvimento dos personagens e nos temas abordados, mantendo-se majoritariamente na superfície e no humor. Essa abordagem superficial se estende à trama principal: a busca pela mãe desaparecida. A falta de um desenvolvimento dramático mais acentuado e de um senso de urgência nessa busca diminui o impacto emocional que a história poderia ter.

 

Em comparação com os trabalhos anteriores de Garcia, "Minha Irmã e Eu" segue sua fórmula de sucesso ao mesclar comédia com elementos dramáticos. No entanto, este filme parece não atingir a mesma profundidade emocional e narrativa que caracterizou filmes como "Minha Mãe é uma Peça", onde o drama familiar é mais palpável e os personagens, mais bem desenvolvidos.

 

Trilha Sonora

A trilha sonora de "Minha Irmã e Eu" é um dos elementos fortes do filme, contribuindo significativamente para sua atmosfera alegre e descontraída. Com a inclusão de clássicos da música sertaneja de Chitãozinho & Xororó, o filme não só presta homenagem às suas raízes culturais, mas também cria momentos de nostalgia e afeição. Além disso, a inclusão do maior sucesso de Ana Castela e MC Melody traz uma energia contemporânea e vibrante, criando um contraste harmonioso com os clássicos sertanejos. Essa combinação de estilos musicais enriquece a narrativa, oferecendo uma trilha sonora diversificada que agrada a diferentes gostos e gerações, e que se torna um aspecto memorável e distintivo do filme.

 

Participações Especiais

"Minha Irmã e Eu" se destaca não apenas pela história central, mas também pelas participações especiais que acrescentam brilho e carisma ao filme. Iza, Lázaro Ramos e Taís Araújo trazem consigo um toque especial, mesmo com presenças breves na tela. Lázaro Ramos, apesar do tempo limitado em cena, deixa uma marca indelével com sua atuação carismática e presença magnética, provando que até em pequenos papéis pode-se causar grande impacto. Iza e Taís Araújo, por sua vez, têm apenas uma cena, mas aproveitam ao máximo cada momento, entregando performances que são tanto vibrantes quanto memoráveis. Sua habilidade em capturar a atenção do público, mesmo em participações curtas, adiciona uma camada extra de entretenimento e qualidade ao filme, enriquecendo a experiência cinematográfica para os espectadores.

 

Por Fim

"Minha Irmã e Eu" é uma comédia leve que brilha nas performances de Ingrid e Tatá. Embora não seja tão memorável em termos de enredo e desenvolvimento de personagens, é certamente um filme que proporciona risadas e entretenimento. A falta de aprofundamento em temas mais sérios e a fraca exploração do drama familiar são as principais críticas, mas, no geral, é uma adição agradável ao portfólio de Susana Garcia.


 

■ Por Richard Günter

Jornalista, pós-graduado em Roteiro Audiovisual e graduando de Cinema

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